Uma vez por semana, pelo menos, almoço em casa da Avó Joaquina, avó materna, e conhecida na Aldeia como Avó Joaquina. Parece que em pequeno me chateava com o facto de todas as pessoas, petizes incluídos, a tratarem por Avó, hoje já não.
A semana passada, almocei lá, só eu e ela, antes do almoço liguei para uma prima minha, sobrinha dela, perguntei como estavam e passei-lhe o telefone, que as notícias são mais verdadeiras em primeira mão.
Um desfiar de como estão, passando por todos os familiares das redondezas, pelo nome. A determinada altura, uma pergunta que me desarmou, “quem morreu nas últimas semanas?” Cinco minutos à conversa. Um mundo que diminui, ou pela morte ou pela morte e pela memória.
“Já não sei quem é.” Os anos na margem sul, os anos vividos em cima desta terra, as pessoas que passam pela vida… “Já não sei quem é”. Um mundo mais pequeno.
E antes que se eclipse, vou almoçar lá, pelo menos uma vez por semana.